7 Coisas que os meus filhos esperam de mim e que eu não lhes consigo dar

Os meus filhos têm muitas expectativas em relação a mim. É mais frequente serem as mães a ter expectativas elevadas em relação aos filhos, mas o inverso também acontece. É perfeitamente aceitável. Eles são meus filhos. Eu sou a mãe deles. E, como em todas as relações, na nossa nem tudo corre como eles gostariam. Os 3 têm opinião e um sentido crítico muito apurados. Faria (quase) tudo por eles mas há 7 coisas que eles esperam de mim e que eu não lhes consigo (nem quero) dar.

1) Que eu seja divertida, desde que não seja eu a fazer os outros rirem-se. Sou de gargalhadas fáceis e não é preciso muito para me arrancarem algumas, mas também adoro dizer piadas e ser eu a roubar as gargalhadas aos outros. Isto para os meus filhos é completamente condenável. Se existisse um código penal para o comportamento das mães, a pena seria elevada para mim.

2) Que não saia à noite com amigos. Nem com o pai. Muito menos sozinha. Pois sozinha não saio com certeza, com os meus filhos só numa ocasião muito especial como por exemplo um aniversário, passagem de ano, ou um jantar de amigos que se prolongou pela noite dentro. Agora com o pai e com os meus amigos, ou uma noite só de amigas, ah isso não vou abdicar por eles. Adoro sair, dançar, mudar de roupa para ir jantar fora, um jantar a dois, um jantar de amigos, um jantar só de amigas. Sair!

3) Que mude de profissão para mãe (motorista, cozinheira, explicadora, conselheira) a 100%. Os meus filhos adoravam que eu deixasse de trabalhar. Eu gosto muito do que faço e não considero que o tempo que passo fora de casa esteja a prejudicar de alguma forma o desenvolvimento dos meus filhos. Preciso de ter um trabalho, uma ocupação que seja minha, e que me faça chegar a casa realizada, cheia de saudades deles e com pena de não ter um horário mais reduzido que permitisse conciliar melhor estes 2 lados de mãe dentro e fora de casa.

4) Que estude com eles. Nunca estudei com nenhum dos meus filhos. Estou disponível para ajudar, esclarecer, orientar e supervisionar, mas nunca (nunca digas nunca) para estudar com eles. Este ano preciso de estar mais atenta. No ano lectivo passado não orientei nem supervisionei e as coisas podiam não ter corrido tão bem. Vou estar mais presente este ano lectivo, mas não vou estudar com eles.

5) Que não fale deles às minhas amigas. Eu sei que nenhum miúdo gosta, mas eu não consigo não falar. As minhas amigas também falam dos filhos comigo e eu vou ficar a ouvir sem contar as últimas gracinhas dos meus? Não consigo ficar calada. Tenho um grupo de amigas com quem janto de vez em quando, e a minha amiga Joana já tem dito no início do jantar “não vale falar dos filhos nem queixarmo-nos da vida”. Ao início ficamos a discutir a ementa do restaurante e o vinho que vamos beber, mas logo a seguir alguma se lembra do último filme do Jude Law e a partir daí facilmente a conversa flui para os mais variados temas. Sabemos muito bem falar de outras coisas para além dos filhos.

6) Que aprove todas as tendências actuais de moda, desde que não use nenhuma. Posso gostar de calças de ganga rasgadas, calções curtos, ténis coloridos, tatuagens e afins. Mas não posso (não deveria de acordo com a opinião deles) usar calções de ganga, ténis iguais aos das amigas deles e um piercing (que nem é bem um piercing, é só um mini brinco na parte de cima da orelha)

7) Que me dê muito bem com o pai, desde que não o demonstre por pensamentos e palavras, actos ou omissões. Beijinhos na boca, abraços e mimos no sofá – completamente proibido pelos pirralhos cá do sítio.

Desculpem miúdos, 3 Marias ou Mateirinhos como carinhosamente os nossos amigos vos chamam. Vocês são sem dúvida o melhor de mim, a parte mais feliz do meu dia, mas não me peçam para deixar de ser eu e passar a ser essa senhora que vocês gostariam de moldar ao vosso gosto e a seguir chamar de mãe.

Com todo o meu amor.

Eu. E também a mãe dos 3 Mateirinhos.

[as fotos em baixo têm legendas com significados quase opostos, ditas por mim ou por eles]

acampamento
Eu: eu a divertir-me com os meus filhos e os amigos deles. Eles: a mãe a meter-se na nossa brincadeira
macacadas
Eu: a minha amiga Cristina e eu numa das nossas viagens e das quais eu tenho tantas saudades. Eles: a mãe armada em ginasta e a exibir a elasticidade para as câmaras
sessao-patricia-pedro-144
Eu: o pai e eu. Eles: que nojo mãe!

6 thoughts on “7 Coisas que os meus filhos esperam de mim e que eu não lhes consigo dar

    1. Minha Pica mais querida, grande beijinho. Também gosto muito de TI. Não me digas que tenho de esperar até ao próximo Tukas para te ver como deve ser?

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  1. Olá Patrícia. És uma caixinha de surpresas, ou talvez não. Adorei o teu blog e a forma sincera como falas das coisas mais banais da vida de uma mãe. E, sobretudo, que trates os teus filhos como eu acho que as crianças têm de ser tratadas – sem miminhos excessivos. Beijinhos para ti e para os Mateirinhos.

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    1. Oh Zé, gostei tanto mas tanto de o ver aqui. Obrigada. Um grande beijinho para si e para a João com saudades. Temos de combinar qualquer coisa, nem que seja um almoço. Muitos beijinhos

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  2. Olá prima Patrícia (eu a exibir-me como familiar de uma escritora “bloguista” fantástica 😉), tudo o que possa aqui escrever vou-te imitar mas palavras, por isso tudo se enquadra, enquanto mãe do mais velho cá da casa.
    Este ano fomos ao nos alive com ele, fez questão de dizer que se não me portasse como mãe, nunca mais iria…preocupada que fiquei como deves calcular 😊
    Beijinhos tenhamos muitos momentos felizes com e por vezes se eles! 😘

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    1. Oh minha querida prima Márcia, gosto muito que me trates por prima e é o que somos 💕
      Grande beijinho para vocês todos
      (tudo farinha do mesmo saco, eles e nós)

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