Olá, como é que tu estás?

A maior parte das vezes quando encontramos alguém perguntamos se está tudo bem. É frequente ouvirmos respostas como “estou bem. está tudo bem. vai-se andando. mais ou menos” (esta então, é a pior resposta de todas, apenas válida para um adolescente acabado de sair de um teste de filosofia) São respostas curtas e rápidas para uma pergunta que não quer verdadeiramente uma resposta.

E se passássemos a perguntar sempre como se tivéssemos toda a vontade e todo o tempo do mundo para ouvir. E, se, quando nos perguntam a nós respondêssemos exactamente como estamos. E ainda acrescentássemos como somos.

Olá, como é que tu estás?

Estou bem.

De frente para o que vier e a agarrar com força tudo o tenho e sou.

Cansada de chamar os meus filhos dez vezes para a mesa e feliz por fazer a maior parte das minhas refeições com eles.

Ausente do mundo mas presente na vida.

Desarrumada mas encantada por casas arrumadas. Despenteada mas a admirar cabelos longos e penteados. A querer aproveitar cada minuto mas a odiar acordar cedo. A morar no campo e a adorar a confusão da cidade. A continuar sendo uma gralha faladora mas perdida por um instante de silêncio. A invejar quem vive com pouco e viaja com tudo.

Continuamente a desejar ser inteira em tudo onde ponho o pé.

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